The First and Last Freedom, pgs 184/185

Estamos dispostos a conversar sobre a paz, planejar legislação, criar novas ligas, as Nações Unidas, etc, mas não estamos dispostos a ganhar a paz, porque não queremos deixar de lado a nossa posição, nosso dinheiro, nossa propriedade, nossas vidas estúpidas. Contar com os outros é inteiramente fútil; eles não podem trazer-nos a paz. 

Nenhum líder irá dar-nos a paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. O que trará a paz é a transformação interior, que levará à ação exterior. Só pode haver ação correta quando há pensar correto, quando há autoconhecimento. Se você não conhece a si mesmo, não há paz. 

Se você compreender o sofrimento, se reconhecer a necessidade de ação imediata, inadiável, então você irá se transformar. A paz só virá quando você for pacífico, quando você viver em paz com o seu próximo. 

Como Viver neste Mundo

A maioria de nós se acha em conflito, nos diferentes níveis da consciência. Não há um só ponto sem conflito, não há nenhum lugar que não seja um campo de batalha. Em todas as nossas relações, seja com a pessoa mais íntima, seja com o nosso próximo, com a sociedade, encontramos o conflito – um estado de contradição, de divisão, separação, dualidade, os opostos; tudo isso contribui para o conflito. 

O fato real é que existe, profundamente em todos nós, a essência do conflito, expressando-se de tantas maneiras diferentes – pelo antagonismo, o ódio, o desejo de dominar, de possuir, de dirigir a vida dos outros. Existe alguma possibilidade de nos libertarmos totalmente dessa essência do conflito? 

Ao investigar esta questão devemos, em primeiro lugar, ver se alguma organização externa pode nos ajudar a promover a paz exterior. 

O conflito vai cessar se, externamente, somos obrigados a viver em paz com nós mesmos e o próximo? Se formos compelidos por uma “lavagem cerebral”, se formos forçados; ou se, interiormente, tentamos viver de acordo com princípios e ideologias ditadas pela autoridade; se nos esforçamos, lutamos e tentamos constantemente nos ajustarmos? Tudo o homem tem tentado – obediência, revolta, ajustamento, observância de certas diretrizes – para viver em paz, interiormente, livre de todo conflito.