Do livro “Palestras com estudantes americanos”

Você já esteve sozinho? — sozinho na floresta, sozinho em seu quarto — ou você está sempre sobrecarregado por uma horda de indivíduos, por seus companheiros, esposa ou marido, por pensamentos apinhados, por problemas profissionais? — tudo isso indica que você nunca está sozinho; e então, quando está sozinho, você fica com medo. Mas agora você está sozinho com esse imenso problema. Não há ninguém que vai lhe dar a resposta. Você é confrontado com este imenso problema e, portanto, sozinho; dessa solidão vem a compreensão e tudo o que você fizer será certo porque essa solidão é amor. Esse estado de espírito, que está enfrentando esse imenso problema sem nenhuma escapatória, enfrentando todos os fatos cotidianos da vida, a feiura cotidiana, a brutalidade cotidiana, as palavras diárias de aborrecimento, de irritação, está sozinho; você começa a ver o fato real, a ver realmente “o que é”. Só então é possível ir além; então você é uma luz para si mesmo. Essa mente é a mente religiosa — não a mente que vai à igreja, acredita em deuses, que é supersticiosa, amedrontada; tal mente não é uma mente religiosa. A mente religiosa é aquele estado em que há liberdade e grande amor inalterável. E então você pode ir além, a mente pode ir para uma dimensão diferente e existe a verdade.