Mary Zimbalist

ASSISTENTE PESSOAL DE KRISHNAMURTI

 

EB: Você se tornou uma pessoa bem próxima de Krishnamurti. Fazia várias coisas para ele. Você percebeu alguma diferença entre ele e os ensinamentos na época?

MZ: Absolutamente nenhuma. Uma das muitas coisas extraordinárias sobre ele era que nunca havia nenhuma sombra em Krishnamurti. Ele era realmente o que você via, o que sentia, e infinitamente mais, mas nunca havia contradição. Não sei se muitas pessoas perceberam isso, tenho certeza que você percebeu, mas ele também era muito humano. Ele amava rir, gostava de piadas engraçadas, ligava a televisão e assistia filmes. Ele gostava de filmes de faroeste, como as pessoas já sabem, e as vezes, quando as imagens de violência me faziam evitar a tela e fechar meus olhos, ele dizia, “Veja aquelas montanhas!”, indicando o cenário da região de Monument Valley. Enquanto as pessoas estavam sendo massacradas no primeiro plano, ele se perdia no cenário do deserto. Em algum momento ele deve ter me perguntado sobre filmes, e eu devo ter falado que não havia sangue de verdade nos filmes. Então, quando eu me retraia ele me tranquilizava dizendo, “Está tudo bem, é só molho de tomate.” Ele tinha essa característica amável, quase infantil, e ainda assim existia esse extraordinário homem sem limites.

EB: Quais eram seus outros interesses? Ele se interessava por arte, literatura, política, natureza?

MZ: Ele era profundamente sensível à beleza da linguagem. Além de seu já conhecido interesse por histórias de detetive — ele os chamava de suspense — e que ele lia para relaxar, ele lia principalmente poesia e costumava ler o Antigo Testamento, não por motivo religioso, mas pela língua. Na arte, ele sempre falou sobre arquitetura fantástica — a Acrópole, as catedrais góticas, e ele achava quase sagrada a beleza da Vitória de Samotrácia e da grande estátua de Maheshamurti nas grutas de Elefanta. Quanto à política, ele acompanhava os jornais, frequentemente pela televisão, e também pelos periódicos semanais. Ele também costumava conversar com as pessoas, questioná-las. Ele era bem informado, mais do que você pode imaginar.

EB: Você diria que ele se enquadrava em alguma visão específica, pensando em política? Seria mais liberal ou conservador? Ele expressava visões do tipo?

MZ: Ele não tinha conhecimento amplo de política, mas não tolerava a mesquinharia da divisão de pessoas, luta entre países, grupos políticos, crenças separatistas. Ele se mostrava desdenhoso e impaciente diante de tais assuntos nas conversas, mas estava sempre questionando.

Ele gostava de ouvir música de manhã durante o café da manhã. Após entregar sua bandeja, eu costumava perguntar o que ele gostaria de ouvir e quase sempre ele respondia, “Você escolhe.” Assim, eu tentava adivinhar o que ele apreciaria. Acima de tudo, ele amava Beethoven. Também apreciava Mozart, Bach, Haydn, e as vezes adquiria gosto por um artista em particular.  Acho que ele gostava de Richter, que eu colocava com frequência.

EB: Sviatoslav?

MZ: Sim, e o grande pianista italiano, Michelangeli. Uma vez perguntei qual dos dois ele preferia. Ele pensou por um momento e disse, “Um é como a neve e o outro é como a luz do sol.”

EB: A maioria das pessoas tem uma tendência a ver Krishnamurti como alguém mais, não diria intelectual, mas o fato que ele gostava de Beethoven mostra um lado certamente mais romântico.

MZ: Beethoven era seu favorito, mas o que o tocava profundamente era o cântico — os cânticos sânscritos aos quais ele se juntava de maneira maravilhosa, e também o canto gregoriano.

EB: Sabe-se também que ele tinha uma afinidade especial com a natureza, que ia além de nossas preocupações ambientais, uma conexão verdadeiramente profunda com a natureza.

MZ: Ele respondia mais à natureza do que à arte visual. Ele sentia que observar uma árvore ou uma montanha tocava mais do que uma pintura de Leonardo da Vinci. Ele não a descartava, mas dizia que a beleza da natureza, de uma árvore, vai além de qualquer criação humana.

EB: O que coloca os artistas em seu lugar, não é? Uma experiência corretiva. Também se sabe que ele tinha uma aptidão mecânica que diverge um pouco dos outros aspectos de sua vida.

MZ: Ele costumava dizer que uma vez, quando era bem jovem, havia desmontado um carro e depois o montado novamente. Ele tinha muito cuidado com seu relógio, verificava-o cuidadosamente em Genebra para garantir que ele estivesse sempre correto.

Ele gostava disso. Uma vez o perguntei o que ele faria na Índia se ele não fosse o que era. Como ele ganharia a vida? Ele disse, “Ah, mendigaria.”

EB: É bem interessante imaginar o que teria acontecido a Krishnamurti caso ele não tivesse tido uma educação inglesa. Ele poderia ter acabado “mendigando” na Índia.

MZ: Ele disse que provavelmente teria morrido devido a saúde ruim que apresentava quando era criança. Seu irmão teve tuberculose, como sabemos, e Krishnamurti tinha feridas em seus pulmões. A dele provavelmente foi sem complicações, ele perdeu sua saúde e, com muita atenção, por pouco sobreviveu.

EB: Agora uma outra pergunta quanto a seus interesses. Krishnamuti não era um bom aluno quando era jovem. Como isso se traduziu em seu interesse pela educação para crianças e para adultos, resultando na fundação de escolas e centros de ensino?

MZ: Como você sabe, uma parte central de seus ensinamentos é o papel do conhecimento — tanto o lado bom do conhecimento quanto suas limitações. Precisamos de conhecimento até para falar, mas a mente não pode ser confinada pelo conhecimento, ela precisa ter a capacidade de ir além. Ele estava sempre explicando a limitação do pensamento, que é tão fundamental para seus ensinamentos. Ele costumava sentir que ajudar pessoas jovens que são mais flexíveis, menos condicionadas, tendo como objetivo que elas compreendessem o papel do conhecimento era muito importante. Recordo-me de um dos primeiros verões em Gstaad, no qual ele tinha o costume de almoçar com alguns amigos que tinham uma foto dele ainda criança com seu irmãozinho, Nitya. Ele olhou fixamente para ela por bastante tempo, como se fosse de outra pessoa, e disse que não se lembrava dela de modo algum. Porém, quando o perguntei o que passava na mente dele enquanto ele a observava, ele disse, “Se nós pudéssemos entender o porquê de aquele garoto não estar condicionado, o porquê de ele não ter sido afetado apesar de toda adulação e alvoroço ao seu redor, talvez pudéssemos ajudar outras crianças a serem menos condicionadas.” Eu acho que esse foi o motivo pelo qual ele quis desenvolver um tipo de educação diferente, no qual existe um entendimento da função do pensamento e também do potencial do cérebro não apenas para espelhar o que ele havia aprendido ou o que ele já havia vivenciado. Esse, eu acho, foi o motivo por trás da criação das escolas. Após iniciar a escola Brockwood Park, na Inglaterra, ele pensou em começar com crianças mais novas na escola Oak Grove, em Ojai, para ver se elas se apresentariam menos condicionadas. Receio que tenham percebido, eventualmente, que as crianças são condicionadas praticamente desde o berço, que foi o que ele estava tentando entender — se seria possível libertar as crianças do controle do condicionamento.

EB: Você acha que ele sentiu em algum momento que as escolas eram um sucesso? Elas ajudaram as crianças?

MZ: Acho que o que ele queria com tudo isso era algo ilimitado, assim ele nunca diria, “Isso está bom.” Ele apontaria o que estava errado e abordaria como torná-lo correto. A aprovação não era fornecida assim, mas isso não quer dizer que ele estava sendo rabugento. Ele via uma insuficiência ou onde havia necessidade de mudança e tentava abrir aquela porta, mas nunca dizia, “Foi um bom trabalho.” Acho que ele nunca pensou assim. Eu acho que a excelência, que não era definida, era a qualidade que ele buscava.

EB: Ele se desapontava quando as coisas não saiam conforme as expectativas?

MZ: Ah, ele as apontava em termos inequívocos. Quando as coisas davam errado ele realmente punia as pessoas, não de forma pessoal, ou que machucasse, mas dizendo, “Veja o que você está fazendo.”

EB: A linguagem de Krishnamurti mudou consideravelmente ao longo dos anos. Ele parecia falar cada vez com mais clareza, tecendo as palavras.

MZ: Sim, ele era preciso na escolha das palavras. Com frequência, ele me pedia para verificar o significado de palavras no dicionário antes das palestras, na maioria das vezes pela derivação da palavra. Ele não preparava as palestras da mesma forma que a maioria das pessoas, mas frequentemente tinha algum direcionamento em mente.

EB: Ele não fazia anotações?

MZ: Na minha época, nunca. Na verdade, ele disse muitas vezes no carro a caminho das palestras, “Sobre o que eu vou falar?” Eu nunca respondi, mas quase invariavelmente uma grande e extraordinária palestra acontecia.

EB: Como você pesou isso na balança de sua própria experiência inicial de ouvi-lo falar e ser tomada pelas palavras que saiam diante de alguém que perguntava, “Sobre o que devo falar?”

MZ: Acontecia. Ele não gostava de escutar suas próprias fitas. Quando terminava, estava acabado. Ele queria partir do zero e, quando ele começava a tomar perguntas por escrito, ele não queria vê-las antes da hora. As pessoas as deixavam em caixas e ele me fazia coletá-las, e então eu as separava por tema. Questões sobre medo — sempre as mais numerosas — e nacionalismo, ciúme, ganância, gurus, todos esses tópicos distintos, eu as escrevia no papel que ele levava. Ele não planejava o que ia dizer, mas ele escolhia uma pergunta, lia-a para o público, explorava-a como se estivesse olhando através de um microscópio celestial, e essa reflexão fantástica surgia em sua linguagem.

EB: Durante seus trajetos para as palestras, ele chegou a resistir dizendo, “Estou tão cansado” ou “Eu realmente não quero fazer isso hoje?”

MZ: Não. Palestrar era seu trabalho, sua responsabilidade, e mesmo quando estava doente ele a cumpria se fosse possível. Não acho que muitas pessoas entendam o tanto que ele trabalhou duro. Por mais de setenta anos sua vida foi palestrar, escrever, receber as pessoas em particular, ter reuniões com professores, alunos, pessoas muito eruditas, e viajar continuamente. Era trabalho constante e cansativo. Ele só parava quando se tornava fisicamente incapaz de fazê-lo. E mesmo assim houve ocasiões nas quais ele estava seriamente doente, com febre há dois dias, mas no dia da palestra ele se apresentava surpreendentemente capaz de falar. Em tais dias ele estava sempre pronto e tudo saia de maneira exata. Ele acordava cedo, o carro chegava na porta de sua residência no horário de sair. Quando eu dirigia, ao ouvi-lo chegando já ligava o motor, abria a porta e, em Saanen por exemplo, chegávamos à tenda exatamente na hora de ele entrar e subir no palco para começar. Ele não queria parar ou, Deus nos livre, se atrasar!

EB: Mary, você ouviu dizerem que algum ser falava através de Krishnamurti. Isso particularmente prevalecia nos primeiros anos. Você chegou a sentir que havia alguma entidade falando através de Krishnamurti?

MZ: Não, nunca tive essas noções. Para mim isso não faz sentido, pois Krishnamurti podia falar a qualquer momento da mesma forma que ele palestrava. Se uma conversa ficava mais séria durante o almoço, ele falaria com a mesma profundidade e percepção. Nas entrevistas, particulares ou públicas, ele falava dessa forma. Era o próprio homem, não algum espírito falando através dele. Mas frequentemente durante as palestras era possível sentir nele uma tremenda energia, e parecia que ele falava através dessa energia e habilidade de ir no coração das coisas. Pode ser especulação, mas era possível sentir isso intensamente. Eu senti isso. Partia de sua inteligência, sua própria percepção.

FB: É determinado que ele possuía uma conexão com o que ele descrevia como “o outro”, qual era a linha, se é que existia alguma, entre o outro e sua fala ou, nesse caso, sua vida?

MZ: Ele nunca falou em uma linha, mas ele falava frequentemente de alteridade, o imensurável — todas as palavras maravilhosas que ele usou sobre isso — e isso que ele chamada de meditação vinha a ele geralmente a noite.

EB: Durante o sono dele e então ele acordava?

MZ: Não sei, porque ele falava pouco sobre o assunto, mas ele frequentemente dizia, “Tive uma meditação extraordinária ontem à noite”, e as vezes, quando sozinha com ele ou durante uma caminhada — particularmente durante uma caminhada na qual ele gostava de ficar em silencio e observar a natureza — era perceptível que ele ficava bem distante. Algo estava presente ou acontecendo. As vezes era quase palpável.

EB: Você mesma tinha uma percepção de alteridade?

MZ: Eu sentia alguma força invisível.

EB: É como quando escutamos rádio, somos capazes de sintonizar e ouvir um concerto, as notícias ou o que for. Aparentemente, K era capaz de sintonizar nessa energia que nos cerca.

MZ: De certo modo. Mais uma vez, pode ser apenas minha imaginação, mas é como se houvesse algo inominável, mas que pode ser chamado de inteligência, verdade ou beleza — qualquer uma dessas coisas — mas a maioria de nós está cega e não consegue senti-la.

EB: Ele podia fazer isso deliberadamente?

MZ: Ele dizia que a meditação não poderia ser feita de maneira deliberada, ela tem que vir a você.

EB: Ele descreveu seu senso de meditação? É claro que ele escreveu e falou sobre isso em suas palestras, mas ele falou com você sobre meditação?

MZ: Ele falou sobre estar em silêncio, estar em verdadeiro silêncio e não deixar os pensamentos tomarem conta de nossa mente. Nem permitir todo o trem de associações que geralmente flui em nossas cabeças, não o parar por vontade, mas não o perseguir. Ele passa e você o assiste e o deixa ir. Você aprende com ele. Assim, quando falávamos sobre essas coisas, frequentemente acontecia em silencio, ou apenas observando a mente, sem fazer nada a respeito, não a forçando ou parando. Ele tinha muitas descrições de meditações que estão em quase todos os seus trabalhos. Uma essencial era a mente silenciosa. Ele conseguia alcançar esse silêncio. Uma vez esse estado meditativo veio a ele até mesmo durante um voo.

EB: Porém, conforme descrito em seus trabalhos, nunca algo que ele deliberadamente tenha sentado em silêncio para fazer.

MZ: Ele disse não ser possível induzir isso. No fim, quando ele estava muito doente, ainda assim aquela coisa extraordinária continuou a vir até ele através de toda dor e sofrimento. Ele disse, “Algo mais controla o que acontecerá comigo. Quando o corpo não mais conseguir fazer as coisas necessárias para falar, a vida acabará.” E foi isso que aconteceu.

EB: Documentos que sugerem que há algo mais?

MZ: Algo mais. Não que ele fosse apenas um instrumento disso, mas que a expressão daquele outro era sua tarefa, disso ele falou, e quando ele não pudesse mais falar fisicamente, sua vida chegaria ao fim.

EB: Ele sentia que a razão de sua vida era ser capaz de compartilhar esses ensinamentos?

MZ: Sim, isso foi sua vida. Uma vida pessoal existiu, mas a outra era a realidade.

EB: Seu último dia de vida deve ter sido bem avassalador para você.

MZ: Ele havia falado de sua morte por algum tempo já. Ele sabia que estava morrendo, queria terminar seu trabalho, e o fez. Ele estava completamente racional, sua mente não foi afetada pela doença, pela dor ou pelos remédios. Conforme seu corpo enfraquecia, seu modo de falar se tornou extremamente doloroso de ouvir devido a fraqueza de sua voz, mas ele foi Krishnamurti até o fim no sentido mais amplo de tudo o que ele já foi.

EB: Você descreveu Krishnamurti como uma fonte jorrando seus ensinamentos, qual era a fonte? De onde isso vinha?

MZ: Não sei dizer. O que quer que eu dissesse seria minha imaginação, e isso não tem valor. Posso tentar colocar em palavras, mas é apenas especulação. É como se houvesse realidades abstratas — inteligência, beleza, amor — qualidades das quais ele falava. Elas não são produto da mente humana. É possível usar a palavra Deus também, desde que não seja um Deus imaginado à sua imagem. Palavras diferentes podem ser usadas, mas elas são aspectos de uma força vital infinita. Acho que isso era realidade para Krishnamurti e, se você preferir, uma fonte.

EB: Foi sugerido que Krishnamurti possa representar um passo evolutivo na humanidade, um protótipo de algo novo. Isso é uma possibilidade?

MZ: Não sei quanto a um protótipo, mas para mim a sua vida era prova de que um ser humano é capaz de ter percepção e inteligência extraordinárias e um modo de vida que é muito diferente da maioria dos humanos. Era real nele, não era algo que eu havia imaginado. Sem dúvida alguns dirão que eu estou projetando algum ideal nele. Mas para mim era indiscutivelmente evidente que esse homem era o que ele falava, e ele vivia daquela forma. Em todos os anos que passei com ele nunca vi nada que negasse isso ou que fosse inconsistente com uma vida vivida daquela maneira. Não havia contradições. Muitas, muitas vezes havia inegavelmente uma sensação de algo que só posso chamar de sagrado.

EB: Mary, obviamente Krishnamurti impactou tremendamente sua vida. Como você descreveria isso?

MZ: Não sei como caracterizar. Não estou sendo trivial quando eu digo que não sei, porque tive a sorte de poder estar com ele da forma como eu estava. Se houve algo que zelou por ele em vida, pessoas que surgiram, suponho, foram instrumento disso. Não quero dizer que tenha sido enviada por Deus para fazer algo para ele. Eu simplesmente estava lá, e o bem que isso fazia era esmagador para mim, mas não posso medir ou descrever. Fui privilegiada, abençoada de forma inexplicável por poder estar próxima a ele e, em pequenos aspectos, ser útil no sentido humano, fazendo aquilo que precisava ser feito.

EB: Como você diria que Krishnamurti impactou o mundo?

MZ: Sinto que o impacto dele no mundo ainda está quase em um estado de semente. Sinto que talvez nos anos que estão por vir, em cem anos, a história irá olhar para trás e ver isso como uma extraordinária época na qual Krishnamurti viveu na terra. Se observarmos a história da humanidade, quantas pessoas sabiam que o Buda vivia naquela época, ou por muitos séculos posteriormente, mas o que foi dito e falado cresceu e adentrou a vida de milhões e milhões dois mil anos depois. Sinto que Krishnamurti está neste grupo e nós devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para divulgar os ensinamentos dele, porque eles são e serão algo vasto para a humanidade.

Sinto que nossa responsabilidade agora é manter um registro preciso do que ele disse e ensinou. Para aqueles de nós que o conheciam, esta é nossa responsabilidade mais essencial: preservar e proteger a autenticidade de seus ensinamentos de modo que eles perdurem por séculos, como ele os ensinou, não interpretado por outros. No entanto, há uma outra responsabilidade ainda mais profunda para aqueles que o conheciam e o escutaram: refletir seus ensinamentos em nossas vidas, em nossos relacionamentos com os outros, para o que quer que a vida traga. É viver a realidade, não apenas as palavras de seus ensinamentos.